quinta-feira, dezembro 4

Estou Além

Não consigo dominar
Este estado de ansiedade
A pressa de chegar
P’ra não chegar tarde
Não sei de que é que eu fujo
Será desta solidão
Mas porque é que eu recuso
Quem quer dar-me a mão

Vou continuar a procurar a quem eu me quero dar
Porque até aqui eu só

Quero quem
Quem eu nunca vi
Porque eu só quero quem
Quem não conheci
Porque eu só quero quem
Quem eu nunca vi
Porque eu só quero quem
Quem não conheci
Porque eu só quero quem
Quem eu nunca vi

Esta insatisfação
Não consigo compreender
Sempre esta sensação
Que estou a perder
Tenho pressa de sair
Quero sentir ao chegar
Vontade de partir
P’ra outro lugar

Vou continuar a procurar o meu mundo, o meu lugar
Porque até aqui eu só

Estou bem
Aonde não estou
Porque eu só estou bem
Aonde eu não vou
Porque eu só estou bem
Aonde não estou
Porque eu só estou bem
Aonde não vou
Porque eu só estou bem
Aonde não estou


Crescer com esta música, saber desde sempre que há quem goste de pessoas iguais a si mesmo, ter ideia de uma doença terrível, e principalmente, sentir-me sempre responsável pelas minhas escolhas e, ainda assim, insatisfeita.
Nasceu a 3 de Dezembro de um ano qualquer.

segunda-feira, dezembro 1

Ele há coisas...

Nunca fui de reparar, ao ponto de gozar, nos ditos cromos, nerds, etc. Mas a verdade é que na minha cabeça vive uma imagem estereotipada destes senhores (imagens essas baseadas nos filmes de Domingo à tarde, que retratam os liceus americanos). Até aqui tudo bem, nada de especial, aliás já se devem tar a perguntar qual o meu nível de "cromocidade" (um dia falamos sobre isso), mas esta intro tem um porquê, que é tão tolo ou mais que ela própria.
Andava eu nas ruas lisboetas, um pouco cabisbaixa, a fazer algo tão simples como deslocar-me de um ponto ao outro da cidade quando de repente... oink, oink, oink...viro-me para ver de onde vinha tal risinho (com esperança que alguém estivesse na bricandeira) quando voilá! Ali estava o meu estereotipado Nerd, com uma aparência bastante semelhante à que vos apresento, mas sem os óculos partidos, a rir daquela maneira, tal e qual como nos filmes!
E pronto a minha reacção foi ficar contente por ter tido a oportunidade de conhecer uma personagem que até então só existia na minha mente e nos repetidos filmes de fim-de-semana.
O Cromo salvou o dia!

segunda-feira, novembro 24

A bela da musiquinha

Raramente ando de metro. É um facto! E apesar da minha continua, mas ténue, claustrofobia, adoro usar a rede do metropolitano lisboeta quando não tenho pressa de chegar a lado nenhum.
Pois bem , foi isso que aconteceu há uns dias. Dei por mim, sentada no comboio, a repensar coisas já sabidas e constactadas anteriormente, como o facto de ninguem conseguir manter contacto visual por mais de uns meros segundos, ou da apatia durante a viagem e o acordar repentino de uma energia que estava em standby, quando o comboio pára e se chega aquela estação, que é a nossa. Enfim, no meio desses re-pensamentos, reparei em algo novo, 90% dos utilizadores do metro estavam com "fones" nos ouvidos. Incrivel, os portugueses, sejam eles novos ou menos novos arranjaram mais uma forma de se alienarem um pouco mais uns dos outros, enquanto "andam de metro". A verdade, é que é uma óptima maneira de nos conseguirmos abstrair dos medos, ansiedades e outras coisas mais, provocados por certos individuos ou comportamentos observados durante a curta viagem no comboio subterrâneo. Eu, também aderi à moda. Viva a bela da musiquinha!

PS: se és um utilizador assiduo desta rede, não me gozes! Eu sei que não descobri a polvora, mas a verdade é que cada um repara nas coisas a seu tempo. Vale?

sexta-feira, novembro 14

ADEUS

Já gastámos as palavras pela rua, meu amor,
e o que nos ficou não chega para afastar o frio de quatro paredes.
Gastámos tudo menos o silêncio.
Gastámos os olhos com o sal das lágrimas,
gastámos as mãos à força de as apertarmos,
gastámos o relógio e as pedras das esquinas em esperas inúteis.
Meto as mãos nas algibeiras e não encontro nada.
Antigamente tínhamos tanto para dar um ao outro;
era como se todas as coisas fossem minhas: quanto mais te dava mais tinha para te dar.
Às vezes tu dizias: os teus olhos são peixes verdes.
E eu acreditava.
Acreditava, porque ao teu lado todas as coisas eram possíveis.
Mas isso era no tempo dos segredos,
era no tempo em que o teu corpo era um aquário,
era no tempo em que os meus olhos eram realmente peixes verdes.
Hoje são apenas os meus olhos.
É pouco mas é verdade, uns olhos como todos os outros.
Já gastámos as palavras.
Quando agora digo: meu amor, já não se passa absolutamente nada.
E no entanto, antes das palavras gastas,
tenho a certeza de que todas as coisas estremeciam
só de murmurar o teu nome no silêncio do meu coração.
Não temos já nada para dar.
Dentro de ti não há nada que me peça água.
O passado é inútil como um trapo.
E já te disse: as palavras estão gastas.
Adeus.


Eugénio de Andrade

domingo, novembro 9

xiu

Tento desesperadamente calar-me. Desejo profundamente que todas as células do meu corpo e do meu pensamento se calem. Eu preciso de silêncio.
Preciso de ouvir o nada, para depois escutar o meu fado... Como dizem os Deolinda "andamos todos uma casa ao nosso lado", eu sei que ando, por agora é o máximo que consigo aproximar-me. O silêncio faz falta aqui nesta morada que sou...preciso dormir!

terça-feira, novembro 4

Mudança de "casa"

Já lá vão 3 meses desde que me decidi a mudar de casa. E não, ainda não vos vou falar da maravilha de ter um espaço só para mim, porque ainda não me mudei!
Aliás é exactamente esse processo moroso e completamente louco (dado as pessoas envolvidas no mesmo) que me anda a tirar o sono e a deixar doente.

Medo de viver sozinha? Eu tenho é receio de não ter dinheiro para pagar as contas, ou não ter paciência para arrumar a casa e acabar a viver num ninho de hamster. Agora medo de viver sozinha, numa zona cheia de prédios, onde de vez em quando se ouvem uns tirinhos?? Na, quem devia estar com medo são os meus queridos vizinhos que vão acordar a meio da noite aterrorizados com os meus magníficos gritos, de mais uma cena sonâmbula. Vai na volta, até afugenta possíveis ladrões.

Mas voltando à mudança. Para minha sorte, os últimos inquilinos tinham uma predilecção por cores que fazem lembrar sabonetes. Como é que sei? Pela cor do corredor e do quarto que só de olhar cheirava a alfazema. Enfim! Pensei para mim: Ah é só lilás, 2 demãos de tinta branca e fica novo. Pois bem , enganei-me. Já vou para a 4ª e só agora vejo melhoras. Ainda bem que tenho uma mãe que aspira a pintora e me deu uma mãozinha com o rolo e o pincel. Merci Mami! Já os meus queridos amigos, nenhum teve, ainda,disponibilidade para fazer o mesmo…
Bem, a verdade é que já tenho cama, água e luz e se tudo correr como não é esperado, mudo-me mais cedo do que imaginava.

Irritação crónica

É impressionante o que a falta de descanso faz ao mais calmo e comum dos mortais. Agora imaginem o que me faz a mim, mortal, nada comum, e já com uma tendência para a irritabilidade… Dado que não consigo dormir uma noite seguida sem acordar, sem um ataque de sonambulismo ou outra coisa qualquer, há mais de uma semana, estou em processo de metamorfose. Sim, qual mortal, estou mais próxima de ser uma morta-viva, e ainda por cima perigosa e desléxica (não se admirem de não conseguirem ler este textinho).

De manhã “acordo” (aspas porque é apenas uma expressão que visa a compreensão de quem lê, mas na verdade como é que se acorda, se não se dormiu?) e imagino o bom que era poder ficar na minha cama a tentar dormir o resto do dia, pensamento imediatamente morto pela responsabilidade laboral.
O problema começa quando saio de casa e me dirijo no meu automóvel para o trabalho, ou seja, quando vejo outros seres-humanos, também dentro de um carro e no ic19. Aí, click, transformo-me e toda a rabuja de 10 dias sem dormir é direccionada para o condutor da tanga, que ainda não percebeu que o itinerário complementar mais frequentado do país tem agora 3 faixas.
PORRA! É PARA CONDUZIR O MAIS Á DIREITA POSSÍVEL…

sexta-feira, outubro 10

terça-feira, julho 8

O silêncio indesejado

Sentia-se angustiada, com a cabeça pesada do vazio do dia. Lembrava-se dele e a barriga estremecia com a incerteza do futuro.
Deitou-se. Talvez dormir fosse realmente o melhor remédio, como aconselha o povo.
Vira-se para cá, vira-se para lá. Suspira, transpira com recordações e suposições. Ansiosa e sem conseguir adormecer decide ir até ele. Liga o carro e começa a dirigir-se para lá. Normalmente ouve a rádio quando conduz o automóvel, desta vez preferiu não o fazer, pois a sua cabeça já gritava palavras suficientes para lhe dizer quando chegasse.
Finalmente atingiu o destino pretendido. Saiu do carro, tocou à campainha e entrou. Ele esperava-a com a hostilidade habitual, ainda assim, a distância imposta magoou-a.
Começaram a conversa como um comboio que deixa uma estação. Lento, mas forte, decidido, mas cauteloso. Ela esperava a todo o instante que ele lhe dissesse algo simples, algo que a fizesse sentir que ele realmente entendia o que dizia e, principalmente, o que sentia. Mas não, quanto mais ele falava, mais ela tinha a certeza de ter estado sempre certa e ter tomado sempre a decisão errada.
Disse-lhe Adeus, e foi-se embora. De volta ao carro, à estrada, à sua casa.
A realidade é que nunca chegou a sair. A sua imaginação pregou-lhe mais uma vez a partida do costume, tal como ele.
Na verdade, ficou com um pouco do mesmo de sempre, silêncio.

sexta-feira, junho 20

Eu não gosto de futebol

Pois bem, eu não sou adepta do desporto rei. Não abdico de nada para me sentar em frente a um televisor para ver durante 90 minutos (com sorte) marmanjos a correr de um lado para o outro atrás de uma bola. Mas a verdade é que sou fã de pessoas, e por isso também me embeveci do espírito nacionalista que envolve a equipa de futebol da selecção portuguesa, e que de certo modo trouxe as pessoas para mais perto de pessoas. Então, contrariando a minha natureza durante as competições internacionais que envolvem a selecção, encarno "a coisa" e fico mesmo pregada à televisão a ver os tais marmanjos de um lado para o outro, e pior, sofro com o jogo.
Ontem lá está, sofrimento agravado, não só durante os 90 minutos mas também nos outros que se seguiram à derrota portuguesa e à passagem de volta para casa.
Claro que o Mister Scollari não estava melhor, já que acaba a carreira dele como selecionador em Portugal com uns míseros quartos de final. De qualquer forma tiro-lhe o chapéu, pois na minha curta existência só me lembro desta magia à volta da selecção nacional desde que o senhor chegou ao nosso país. Mais que não seja embuiu os portugueses num espírito uno, e sim, refiro-me a pretos, brancos, ciganos e monhés juntos no Parque Eduardo VII a ver, ouvir e sofrer pela equipa das quinas juntos. Por isso me irritou ouvir a sra dona Maia a dizer que há três anos que publicou a previsão sobre a passagem de Scollari por terras lusas, num desses jornais diários da nossa praça, em que dizia que com este mister Portugal nunca ia vencer nada. Ó Maia todos sabemos que as tuas previsões não passam de ideias tripadas, tiveste sorte, esta até bateu certo.
Mas já agora, tenta prever quando é que o país se vai endireitar, e não te esqueças de dizer que não é com o Sócrates, porque assim tens mais probabilidade de acertar.

quarta-feira, junho 18

Legião Urbana - Tempo Perdido

Todos os dias quando acordo
Não tenho mais
O tempo que passou
Mas tenho muito tempo
Temos todo o tempo do mundo...
Todos os dias
Antes de dormir
Lembro e esqueço
Como foi o dia
Sempre em frente
Não temos tempo a perder...
Nosso suor sagrado
É bem mais belo
Que esse sangue amargo
E tão sério
E Selvagem! Selvagem!Selvagem!...
Veja o sol
Dessa manhã tão cinza
A tempestade que chega
É da cor dos teus olhos
Castanhos...
Então me abraça forte
E diz mais uma vez
Que já estamos
Distantes de tudo
Temos nosso próprio tempo
Temos nosso próprio tempo
Temos nosso próprio tempo...
Não tenho medo do escuroMas deixe as luzes
Acesas agora
O que foi escondido
É o que se escondeu
E o que foi prometido
Ninguém prometeu
Nem foi tempo perdido
Somos tão jovens...
Tão Jovens! Tão Jovens!...


Composição: Renato Russo

A Amélia está prestes a revelar-se....

A Companhia de Actores incentiva. É caso para se dizer um dirá esfola e outro mata!

Aguardem por mais informações...

Homeopatia ou a lógica da batata

método terapêutico baseado na ideia de que os sintomas das doenças devem ser combatidos com reduzidas doses de medicamentos que produzam sintomas semelhantes em indivíduos sãos.

terça-feira, junho 17

Quando o espírito se foi!

Em mim, o espírito foi entrando por entre a mente embrenhada em envio e recepção de emails e infos espalhadas pela secretária gritando a urgência de serem atendidas. Eu só pensava, um sistema de senhas aqui não era mal pensado (e sim, passo a redundância). E enquanto pensava num sistema para que nada me escapasse, o tempo passou e dei por mim a entardecer, com o dia, no Parque que é dos Poetas. Batia o dente zangada com o vento frio que trazia a noite e ansiosa desejava tardes mais quentes, quentes como as veias das novas pessoas à minha volta.
Três dias de espectáculo, três dias de empenho, de riso, de troças, angústias e choros abafados no peito.
Na última apresentação dizias-me que entendeste a Florbela, o problema de mulheres assim não é a sua compreensão, mas sim a dos outros para com elas. Por isso, só te posso dizer que o infinito é uma porta ao nosso lado e os sonhos são para serem alcançados.
À moda de um magnífico mestre de cerimónias deixo aqui: "Um Bem-Haja!"

quinta-feira, maio 29

O Espírito da Poesia


Dias 10, 11 e 12 de Junho, pelas 21:30h
Parque dos Poetas, Oeiras
(em frente ao Oeiras Parque)
Entrada Livre


O Espírito da Poesia ou a Poesia no Espírito?
Através de uma caminhada poética pelo percurso dos poetas, o público vislumbra pequenos momentos mágicos e inesperados de uma criação artística livre, com uma forma original, irreverente e lúdica de abordar a poesia. Por entre árvores, rochas, água, fogo e vento, as palavras dos poetas materializam-se de forma onírica em gestos, formas, cores, imagens e sensações, apelando a todos os sentidos.
Numa noite quente e mágica, prepare-se para perder a noção do tempo e do espaço.
Deixamos aqui um convite: “Entre no Espírito da Poesia e... boa viagem”!

quarta-feira, maio 28

Cansaço

s. m.,
fadiga;
lassidão;
esgotamento;
fraqueza derivada de trabalho excessivo ou doença.

segunda-feira, maio 26

As festas da minha aldeia

O facto da minha aldeia ter uma igreja, que tem um sino que toca anunciando as horas, meias horas e quartos de hora, faz-me sentir em cada badalada que faço parte de algo.
Este fim de semana que passou, houve mais uma festa em honra de São João Degolado. Bailarico, monhés a vender coisitas de madeira, rifas e claro a roulotte das farturas e churros.
No Domingo, há típica missa, agora com um padre eslavo (que muito deu que falar às janelas e na mercearia quando apareceu) seguiu a procissão. Uns quantos cargos e andores, bandeiras e outras coisas mais que agora não me lembro o nome, seguem em marcha lenta na volta pela minha aldeia. Ao regressar, os cargos são desmanchados e todos se dirigem à banca onde fogaças e bolos estão à venda.
Eu sinto a nostalgia de outros tempos e relembro sentimentos antigos ligados a uma outra realidade que já se apresenta muito longe de mim.
Eu sei que não parece nada de extraordinário. Na verdade não é, principalmente para quem não cresceu na minha aldeia, nem em nenhuma outra. Mas a força destas festas não está no folclore, mas sim, na fé. Em dias chuvosos como os últimos era de prever tempestade, mas a fé fez com que "S. Pedro nos poupasse a festa".

quarta-feira, maio 21

Como não me surgiu título, assume-se a primeira frase do texto!

Então meus amigos, inimigos e assim assim, começo por vos mandar calar. É verdade! Eu, a sra faladora, aprendi ao logo destes últimos anos que aprendemos mais quando ouvimos.
Sinto cada vez mais que as pessoas se ouvem cada vez menos. Por exemplo, no outro dia contava à minha querida mãe uma situação de trabalho, quando ela derrepente se sai com: "Devias ir cortar o cabelo". Ora muito bem, esta frase mostrou-me imediatamente o quanto ela estava atenta ao meu desabafo...Acho que me faço entender!
Bom, eu sei que ao vos mandar calar corro o risco de não ter qualquer comentário no meu silêncioso blogue. Ainda assim, corro o risco. Prefiro provocar-vos a escutar os outros e, principalmente, a vocês mesmos!
Portanto: Xiuuuuuuuu!